Pontos importantes na construção de uma UTI
As Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) desempenham um papel essencial no sistema de saúde, pois concentram recursos humanos e tecnológicos para atender pacientes em estado crítico.
Assim, por esse motivo, a construção de uma UTI exige muito mais do que planejamento arquitetônico. É necessário observar rigorosas normas técnicas, garantir a funcionalidade dos espaços e priorizar a segurança de pacientes e profissionais.
A seguir, destacamos os principais pontos que devem ser considerados em um projeto de UTI.
1. Normas e regulamentações específicas
A construção de uma UTI precisa seguir padrões estabelecidos por órgãos reguladores, como a RDC nº 50/2002 da Anvisa, que define diretrizes para a estrutura física de serviços de saúde.
Além disso, outras normas técnicas relacionadas à ventilação, climatização, instalações elétricas e segurança contra incêndio também devem ser aplicadas.
Dessa forma, o cumprimento dessas regulamentações garante não apenas a aprovação legal do espaço, mas também a qualidade assistencial e a segurança dos pacientes.
2. Dimensionamento e layout adequado
O dimensionamento da UTI deve levar em conta a quantidade de leitos, os fluxos de circulação de pacientes, profissionais e equipamentos. Além disso, é preciso olhar para a necessidade de áreas de apoio, como posto de enfermagem, expurgo, salas de prescrição médica e áreas administrativas.
Um layout bem planejado contém pontos, como por exemplo:
- Facilita a mobilidade das equipes;
- Reduz riscos de contaminação;
- Garante que equipamentos e insumos estejam sempre acessíveis.
3. Controle de infecções hospitalares
A prevenção de infecções é um dos maiores desafios em ambientes críticos. Dessa maneira, a UTI deve contar com sistemas de ventilação e climatização com filtragem adequada do ar, uso de materiais laváveis e resistentes, além de pisos e revestimentos que permitam higienização constante.
A organização dos fluxos – de pacientes, acompanhantes, resíduos e materiais – também deve ser pensada para evitar cruzamentos que aumentem o risco de contaminação.
4. Infraestrutura tecnológica e elétrica
A UTI concentra uma grande quantidade de equipamentos de suporte à vida, como respiradores, monitores multiparamétricos e bombas de infusão. Assim, a infraestrutura elétrica precisa ser redundante e confiável, com geradores de emergência e sistemas ininterruptos (no-breaks).
Da mesma forma, pontos de gases medicinais, redes de dados e sistemas de monitoramento precisam ser cuidadosamente projetados e distribuídos.
5. Conforto e bem-estar de pacientes e equipe
Embora seja um ambiente de alta complexidade, a UTI também deve oferecer conforto e humanização. Dessa maneira, iluminação adequada, isolamento acústico e climatização correta fazem diferença no bem-estar do paciente e contribuem para sua recuperação.
Além disso, para a equipe, áreas de descanso e ergonomia no ambiente de trabalho são fundamentais para reduzir a sobrecarga e manter a qualidade da assistência.
6. Flexibilidade e expansão futura
A pandemia de COVID-19 mostrou a importância de projetar UTIs com flexibilidade para expansão rápida. Assim, prever áreas que possam ser adaptadas para aumentar o número de leitos ou receber novos equipamentos é um diferencial estratégico na construção desse tipo de espaço.
7. Sustentabilidade
Cada vez mais, projetos de saúde têm incorporado práticas sustentáveis. Dessa forma, na construção de UTIs, isso pode se traduzir em:
- Sistemas eficientes de climatização;
- Uso racional de energia e água;
- Seleção de materiais duráveis e de baixo impacto ambiental.
Além de reduzir custos operacionais, a sustentabilidade fortalece a imagem da instituição junto à sociedade.
Por fim, a construção de uma UTI exige rigor técnico, planejamento multidisciplinar e atenção às normas. Ou seja: mais do que um espaço físico, trata-se de um ambiente que precisa aliar segurança, funcionalidade e humanização.
Assim, ao considerar pontos como controle de infecção, infraestrutura elétrica e tecnológica, conforto, flexibilidade e sustentabilidade, é possível garantir uma unidade preparada para salvar vidas e atender às demandas da saúde moderna.