Acabamentos e materiais ideais para ambientes hospitalares
Projetar e construir ambientes hospitalares exige muito mais do que estética e conforto. A escolha de materiais e acabamentos deve atender a critérios técnicos rigorosos, com foco na segurança, durabilidade, controle de infecções e facilidade de limpeza.
Hospitais são ambientes de alto fluxo, com circulação constante de profissionais, pacientes e equipamentos. Assim, cada superfície — do piso ao teto — precisa estar alinhada com as normas sanitárias e regulamentações específicas do setor de saúde.
Dessa forma, destacamos os principais acabamentos e materiais ideais para ambientes hospitalares. Além disso, trouxemos suas características e por que fazem tanta diferença no desempenho do espaço.
1. Pisos hospitalares: resistência e segurança
Os pisos hospitalares precisam oferecer resistência ao tráfego intenso, ser fáceis de higienizar e ter propriedades antiderrapantes e antimicrobianas. Dessa maneira, algumas opções recomendadas:
- Vinílico hospitalar em manta ou placa: possui juntas soldadas que evitam o acúmulo de sujeira e bactérias. É confortável para caminhar, resistente e de fácil manutenção.
- Borracha hospitalar: antirruído, resistente e confortável. Ideal para áreas como UTIs e quartos.
- Epóxi autonivelante: usado em áreas críticas como centro cirúrgico e laboratórios. Cria uma superfície contínua, sem rejuntes, facilitando a assepsia.
- Porcelanato técnico: indicado para áreas administrativas ou de menor exigência técnica. Deve ser instalado com rejuntes mínimos e impermeáveis.
Porém, atenção: áreas molhadas, como banheiros, devem ter pisos com coeficiente de atrito adequado para evitar quedas.
2. Paredes: superficies lisas e laváveis
As paredes hospitalares devem ser revestidas com materiais resistentes à limpeza frequente com produtos químicos e que impeçam o acúmulo de microrganismos. Assim, as opções mais utilizadas incluem:
- Revestimentos vinílicos laváveis: ideais para quartos e corredores. Podem ter propriedades antibacterianas e são visualmente aconchegantes.
- Revestimento cerâmico esmaltado: ótimo para áreas úmidas, como banheiros e salas de expurgo. Fácil de limpar e altamente durável.
- Pintura epóxi ou acrílica hospitalar: indicada para locais que exigem acabamento liso, contínuo e lavável. Algumas versões possuem aditivos antimicrobianos.
- Painéis de resina fenólica: usados em locais com alta exigência sanitária, como laboratórios ou blocos cirúrgicos.
Entretanto, a superfície das paredes deve ser lisa, sem porosidades, frestas ou cantos vivos. A ideia é não acumular sujeiras e permitir limpeza rápida e eficaz.
3. Teto: acessibilidade e controle ambiental
Os tetos hospitalares devem facilitar a manutenção de sistemas elétricos e de climatização. Além disso podem colaborar com a acústica e iluminação dos ambientes:
- Forro modular de PVC ou gesso acartonado: permite acesso rápido às instalações. Indicado para áreas administrativas ou técnicas.
- Forro metálico ou de alumínio perfurado: usado em áreas críticas. É resistente, lavável e pode ter propriedades acústicas.
- Tetos contínuos com pintura epóxi: para ambientes com exigência máxima de assepsia, como salas cirúrgicas.
4. Portas, rodapés e bancadas
As portas devem ser lisas, resistentes à umidade e fáceis de higienizar. Portas de PVC, aço inox ou com revestimento melamínico, por exemplo, são muito usadas.
Rodapés sanitários devem ter cantos arredondados (cove base) para evitar acúmulo de sujeira e facilitar a limpeza. Já as bancadas podem ser em granito, Corian ou aço inox, com cuba integrada. Assim, são ideais para evitar emendas e infiltrações.
5. Normas e regulamentações
Independente dos materiais, a escolha dos materiais deve seguir as diretrizes da Anvisa (RDC 50/2002), ABNT NBR 9050 (acessibilidade) e normas específicas da construção hospitalar. Além disso, é fundamental garantir que os materiais sejam não tóxicos, de baixa emissão de compostos voláteis (COVs) e compatíveis com o uso de desinfetantes hospitalares.
Dessa forma, os acabamentos e materiais aplicados em hospitais vão muito além da estética: eles salvam vidas. Uma parede lavável, um piso antiderrapante ou um teto de fácil manutenção fazem parte do controle de infecções, da segurança do paciente e da eficiência da operação hospitalar.
Por fim, para garantir um ambiente seguro, funcional e duradouro, é fundamental contar com profissionais de engenharia especializados em obras da saúde. A escolha dos materiais certos desde o projeto pode reduzir custos de manutenção, aumentar a vida útil do espaço e proporcionar mais conforto para todos os usuários.